Os alunos do 10º L vieram à biblioteca na aula de Português
e, juntos, falamos do valor das palavras e da dificuldade de encontrar as
melhores para exprimir o que nos vai na alma. Vários alunos leram, em voz alta,
poemas de autores que constam do seu manual e partilharam as razões das suas
escolhas. Pretendeu-se motivar para a poesia e a biblioteca é o local ideal
para se começar a dar os primeiros passos nesse sentido.
Um poema do agrado de vários alunos foi o de Eugénio de Andrade:
AS PALAVRAS
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos, as águas
estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
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